Liderança: 5 grandes dicas para ser um líder eficaz
O tema Liderança é sem dúvida algo cativante para pesquisadores e profissionais de todos os setores de atividade. É considerado central nas relações de trabalho (Razi et al, 2012), no sentido de que o estilo de liderança aplicado pode desencadear conflitos laborais. Por outro lado, muitos aspetos subjacentes ao assunto geram sempre um debate acirrado sobre, por exemplo, as incompatibilidades pessoais e/ou profissionais entre o líder e seus seguidores, a coexistência de lideranças formais e informais, para não falar da integração dos diferentes estilos de liderança em toda a estrutura organizacional de uma empresa. Há, com certeza, várias contribuições e teorias sobre a matéria, cada uma com a sua visão muito particular sobre como o assunto. Vários pontos de vista são coincidentes, enquanto outros olham para o tópico de diferentes ângulos e sugerem formas alternativas de conceber a Liderança, de agir e de relacionar-se com o ambiente
Considerando esta propensão de hoje para a evolução, torna-se fulcral explorar novas formas de analisar a liderança. Nesse sentido, quais são os elementos-chave e fatores que podem influenciar a qualidade (e eficácia) de um líder nos dias atuais? Deixo aqui 5 dicas:
(a) Escreva um diário;
(b) Nutra a calma em si mesmo;
(c) Entenda os seus próprios valores;
(d) Seja responsável pelas suas próprias ações;
(e) Autoexamine-se porque você é líder;
(f) Concentre-se nos objetivos de alguém;
(g) Transforme situações negativas em positivas;
(h) Aprenda a elogiar os outros.
3. Ser líder significa, intrinsecamente, que você gere uma equipe. Desta forma, torna-se importante encontrar maneiras de torná-la coesa e focada nas suas tarefas, para que as metas sejam atingidas. Como fazê-lo? A contribuição de Tuckman (1965), por exemplo, dá-nos uma visão muito valiosa a esse respeito, já que as suas 4 etapas sugeridas para o desenvolvimento de uma equipe – Forming, Storming, Norminge Performing– constituem uma ferramenta preciosa nas mãos do líder. A capacidade de aplicar e gerenciar cada uma destas etapas, igualmente pode ser treinada, adquirida e, consequentemente, dominada. E como controlar estas 4 etapas? Tal como Tuckman indica, a fase de Formingtem a função de formar e reunir a equipe (começa o trabalho coletivo). O líder terá que esboçar a missão, procurar um acordo sobre os papéis, regras e diretrizes da equipe para a tomada de decisões. Na fase de Storminga equipe lida com a confusão e o conflito sobre objetivos, tomada de decisão, papéis e controle. Aqui o líder terá de ter a capacidade de facilitar a discussão e garantir um entendimento comum sobre os acordos. Na fase de Normingo time aceita as metas, papéis, regras, ou seja, esta etapa funciona positivamente. O líder terá que encorajar o processo de normalização, onde ele você operará como um suporte e coach, celebrando o sucesso. Finalmente, na fase de Performing, a equipe concentra-se no alcance de metas. É também um estágio onde há lugar para o crescimento pessoal para os membros da equipe e onde o conflito é tratado positivamente.
4. Você deverá ser um denominado Líder Quintessencial(Doyle, 2006). O que é? Segundo esta teoria, existem 8 atributos fundamentais para você se tornar um líder mais eficaz: 1 –Passar para a sua equipe uma visão clara da missão e uma declaração de valores chave que você e o seu projeto consubstanciam; 2 –Ter uma estratégia a curto, médio e longo prazos, e o seu grupo deverá entender muito bem todas elas; 3 –Não ter qualquer tipo de receio em contratar para a sua equipe alguém que seja tão ou mais inteligente que você, pois ela será uma mais valia e irá agregar sempre qualidade ao trabalho. Nunca se esqueça disso; 4 –Ter sempre em mente que a comunicação com o seu time é essencial e deve ser feita de forma apurada. Qualquer falha poderá levar você a perder seus seguidores. É primordial existir uma sinergia muito próxima entre você, enquanto líder, e os membros da sua equipe; 5 –Promover um ambiente ao redor da sua equipe que seja motivador. Lembre-se de que o seu objetivo é ter o seu grupo sempre consigo; 6 –Premiar os desempenhos excepcionais dos seus colaboradores/seguidores. Dessa maneira, você estará dando um sinal ao seu subordinado de que você está atento não só ao seu time como um todo, mas sobretudo, que se preocupa com cada um dos seus membros individualmente e tal atitude será por eles valorizada; 7 –Mostrar que é exigente e que espera dos seus subordinados uma autorresponsabilização das suas tarefas e performance. Se você aplicar as qualidades anteriores em conjunto com esta, você mostra que é premiador, tem ótimas soft skills,mas não é benevolente, pelo contrário, é exigente. Só com esse rigor é que os seus subordinados saberão que podem ganhar o seu reconhecimento; 8 – Finalmente, se preocupar e se empenhar no desenvolvimento dos seus subordinados que deverão sentir a sua entrega neste propósito e, consequentemente, eles perceberão que podem sempre progredir se continuarem dedicados com a sua equipe e com o seu projeto.
Todos esses 8 atributos revelam de maneira muito concreta como um determinado líder deve se autoavaliar enquanto tal. Tendo em mente essas linhas orientadoras, você pode trabalhar, treinar, adquirir e dominar os aspetos que ainda precisam ser melhorados.
5. Tal como a Liderança Quintessencial, a ferramenta de Auto-monitoramento(Lennox & Wolfe, 1984) pode fornecer a qualquer líder um quadro concreto dos seus principais traços enquanto líder eficaz que, por sua vez, também pode ser treinado, adquirido e, finalmente, dominado. E como? Ela baseia-se num questionário de 13 perguntas que o líder, de uma forma muito honesta terá que responder Sima todas elas. Se houver alguma que ele ache que não domina em particular aquela valência, então isso mostrará a necessidade de ter ainda trabalhá-la. Você poderá ler as perguntas clicando no seguinte link (página 17 do mesmo): FerramentaAuto-monitoramento.
Na figura 1, em baixo, pode-se ter uma visão integrada destes 5 pontos (pilares) que descrevi.
Figura 1 – Intersecção de 5 pilares para uma Liderança eficaz
Para conhecer de forma mais pormenorizada como você pode trabalhar cada uma destas 5 dicas, sugiro ler o trabalho de minha autoria: Exploring new ways of looking at Leadership - A Dissertation on the Fundamental Leadership Qualifications in the Workplace
Abra seus horizontes, aprimore e aplique estas 5 dicas e verá o quão eficaz você se tornará enquanto líder da sua equipe. A probabilidade de alcançar melhores resultados na sua liderança seguramente aumentará!
(João Miguel O. Cotrim, 2018)
Ph.D. Candidate in Management at ISCTE Business School, Lisbon, Portugal.
Tel: +351 915283960 | Skype: joaocotrim2 | E-mail: joaocotrim@yahoo.com.br
Referências:
1. Candy, L. (2010). Emotional Intelligence Theory: Highlighting and Developing Leadership Skills. (Online) Educational Business Articles. Disponível: http://www.educational-business-articles.com/emotional-intelligence-theory.html(Acessado em 11 de Maio de 2018).
3. Cotrim (2016) Exploring new ways of looking at Leadership - A Dissertation on the Fundamental Leadership Qualifications in the Workplace.University of Wales. (Online) Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/301549649_Exploring_new_ways_of_looking_at_Leadership_-_A_Dissertation_on_the_Fundamental_Leadership_Qualifications_in_the_Workplace(Acessado em 9 de Maio de 2018).
4. Doyle, S. (2006). The Quintessential Questions for Leaders. (Online) Ezine Articles.Disponível em: http://ezinearticles.com/?The-8-Quintessential-Questions-for-Leaders&id=354975(Acessado em 9 de Maio de 2018).
5. Goleman, D. (2000). Leadership That Gets Results. Harvard Business Review.March-April 2000 Issue.
6. Lennox, R.D. & Wolfe, R.N. (1984). Revision of the Self-Monitoring Scale. Journal of Personality and Social Psychology, Volume 46, No 6, pp. 1349-1364 (pdf) American Psychological Association, Inc.. (Online) Disponível em: http://www.communicationcache.com/uploads/1/0/8/8/10887248/revision_of_the_self-monitoring_scale..pdf(Acessado em 9 de Maio de 2018).
7. Razi, A., Ramzan, M., Ali, S.A., Khan, H. & Hassan, Z. (2012). Labor Management Relations. Global Journal of Management And Business Research. Volume 12, Number 8.
8. Tuckman, B.W. (1965). Developmental Sequence in Small Groups. Psychological Bulletin 63.